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sábado, 14 de dezembro de 2013

Conheça a origem do nome Israel; leia trecho de livro

da Folha Online
Jerusalém ficou sob controle muçulmano de 1244 a 1917. A partir de 1917, com apoio britânico, judeus de todas as partes do mundo migraram para o território do atual Estado de Israel. A diversidade de línguas entre os migrantes motivou o renascimento do idioma hebraico, na época relegado aos ofícios religiosos.
As informações são do livro "A Origem dos Nomes dos Países", que investiga a controversa origem do nome "Israel" e apresenta uma breve história da fundação do Estado de Israel em 1948.
O livro joga luz sobre as origens das denominações de mais de 350 países, regiões e ilhas do mundo. Leia abaixo trecho do livro que explica a origem do nome "Israel".
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Reprodução
Livro revela origem de mais de 350 nomes de países, regiões e ilhas do mundo
Livro revela origem de mais de 350 nomes de países, regiões e ilhas
ISRAEL
O reino de Israel é um dos dois que se estabeleceram na Judéia depois da morte de Salomão. Durou 248 anos e foi destruído por Salmansar.
Dependendo da fonte que se consulte, podem-se encontrar diversas versões sobre o marco histórico da constituição do Estado de Israel.
Desde tempos remotos, os judeus que viviam espalhados por todo o mundo sonhavam em voltar ao Sião, o lugar onde 2 mil anos antes havia os reinos israelitas. Sião é o nome de uma colina hierosolimita que, com o uso, tornou-se sinônimo de Jerusalém e depois de toda a coletividade judia.
Em 1896 o jornalista vienense Theodor Herzl publicou um livro com o título O Estado judeu, retomando a ideia de constituir esse sonhado Estado. O que não se levou em conta foi o fato de que no lugar escolhido para a criação do Estado já vivia meio milhão de árabes, com raízes e tradições milenares.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a Inglaterra e a França dividiram entre si o que restava do império otomano no Oriente Médio.
Para atingir seus objetivos, os adeptos da ideia de Herzl desenvolveram uma política de aliança com as grandes potências capitalistas, e os britânicos estavam certos de que a causa dos nacionalistas judeus podia lhes servir de pretexto para ficar com o norte da Palestina.
O ministro das Relações Exteriores, Arthur Balfour, que fora primeiro-ministro em 1905 e na ocasião se opusera à imigração judia para a Grã-Bretanha, declarou em 2 de novembro de 1917 seu total apoio à instalação de um Lar Nacional Judeu na Palestina. Balfour afirmou, num pronunciamento que posteriormente ficaria conhecido como Declaração de Balfour, que "o Governo de sua Majestade vê com bons olhos a ideia do estabelecimento, na Palestina, de um solo pátrio para os judeus, e se empenhará o máximo para facilitar a realização desse objetivo, entendendo-se claramente que não se fará nada em prejuízo dos direitos civis e religiosos dos demais habitantes não judeus e suas comunidades na Palestina". Os habitantes não-judeus que habitavam a Palestina representavam à época 90% da população.
Com o apoio britânico, organizou-se a transferência de judeus de todas as partes do mundo. No início do século XX viviam na Palestina 500 mil árabes e 50 mil judeus. Tão grande foi a imigração que, em 1935, o número de judeus na região chegava a 300 mil, isto é, 2% dos 15,5 milhões de judeus existentes então no mundo.
A Segunda Guerra Mundial favoreceu a imigração porque a Alemanha anti-semita promoveu assassinatos e perseguições indiscriminadas e injustas contra o povo judeu, obrigado muitos deles a emigrar para essas terras. Assim, os judeus emigraram principalmente da Europa Oriental, procedentes da Rússia, dos Estados bálticos e da Polônia. A diversidade de suas línguas motivou o renascimento de seu quase morto idioma dos tempos antigos, o hebraico, antes usado apenas nos ofícios religiosos.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, os britânicos ainda tinham o controle da Palestina, embora tivessem concedido a independência a suas colônias Iraque e Jordânia.
Ante a imigração massiva e os primeiros enfrentamentos entre palestinos e judeus, os britânicos viram ameaçado o seu domínio sobre os territórios em questão, e em fevereiro de 1947 resolveram apresentar o problema palestino às Nações Unidas. Uma comissão especial recomendou a divisão do território em dois Estados independentes, um árabe, outro judeu. Quanto a Jerusalém, que ambos os povos queriam controlar, deveria ficar sob autoridade internacional.
A União Soviética prestou todo o seu apoio à criação do Estado de Israel, pois preferia isso à continuidade de uma base militar britânica na área.
Finalmente a Assembléia-Geral da ONU aprovou o plano de divisão, por 33 votos a 13. Naturalmente, os países árabes se opuseram, além da Índia, e houve dez abstenções. Em 14 de maio de 1948 o Alto Comissário inglês se retirou da Palestina e proclamou-se o Estado de Israel.
O que as Nações Unidas não levaram em conta é que Jerusalém ficara sob o controle dos muçulmanos por quase setecentos anos, de 1244 a 1917. Essa cidade e grande parte desse território são "terras sagradas" para três religiões distintas: muçulmana, judaica e cristã.
Depois da proclamação do novo Estado, os exércitos da Jordânia, do Egito, da Síria, do Iraque e do Líbano não toleraram a situação e atacaram imediatamente. A guerra não durou muito e terminou com um armistício firmado em janeiro de 1949. Como decorrência do conflito, Israel aumentou em 40% o território que lhe cabia pelo plano de partição.
Há muitas teorias para explicar o significado de "Israel", que segundo alguns quer dizer "mente que vê Deus" ou "homem que vê Deus".
Segundo alguns estudiosos, o nome "Israel" ou "Ysrael" figura mais de 2.570 vezes nas Sagradas Escrituras. Na primeira menção, Jacó lutou contra um ser angelical. O mundo inteiro foi afetado pela contenda. O texto da Bíblia diz o seguinte:
- Naquela mesma noite, ele se levantou, tomou suas duas mulheres, suas duas servas, seus onze filhos e passou o vau do Jacob. Ele os tomou e os fez passar a torrente e fez passar também tudo o que possuía. E Jacó ficou só. E alguém lutou com ele até surgir a aurora. Vendo que não o dominava, tocou-lhe na articulação da coxa, e a coxa de Jacó se deslocou enquanto lutava com ele. Ele disse: "Deixa-me ir, pois já rompeu o dia". Mas Jacó respondeu: "Eu não te deixarei se não me abençoares". Ele lhe perguntou: "Qual é o teu nome?" - "Jacó", respondeu ele. Ele retomou: "Não te chamarás mais Jacó, mas Israel, porque foste forte contra Deus e contra os homens, e tu prevaleceste". Jacó fez esta pergunta: "Revela-me teu nome, por favor". Mas ele respondeu: "Porque perguntas pelo meu nome?". E ali mesmo o abençoou. Jacó deu a este lugar o nome de Fanuel, "porque", disse ele, "eu vi Deus face a face e a minha vida foi salva". Nascendo o sol, ele tinha passado Fanuel e manquejava de uma coxa. Por isso os israelitas, até hoje, não comem o nervo ciático que está na articulação da coxa, porque ele feriu Jacó na articulação da coxa, no nervo ciático.
O nome "Israel" nasceu, pois, de uma benção. "Jacó" deriva da raiz "Kov", que significa "agarrar pelo calcanhar", "enganar", "conter", "ficar" ou "suplantar".
Jacó foi chamado assim porque saiu do ventre da mãe segurando o calcanhar do irmão gêmeo Esaú, que nascera primeiro.
Também no que tange a essa etimologia, podemos acrescentar que o nome "Israel" é derivado de duas palavras: de um lado, "Sara", cuja raiz significa "lutar", "prevalecer", "ter poder como um príncipe"; de outro, a palavra "El", que quer dizer "força", "poder", especialmente como o Onipotente. Portanto, poderíamos expressar o significado de "Israel" como "príncipe poderoso que luta e prevalece", "soldado de Deus" ou "aquele que governa com o Todo-Poderoso".
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"A Origem dos Nomes dos Países"
Autor: Edgardo Otero
Editora: Panda Books
Páginas: 484
Quanto: R$ 49,00
Onde comprar: nas principais livrarias e no site da Publifolha

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