1 Timóteo 3:2- Ele deve ser "irrepreensível"
Considerações:
1.O apóstolo Paulo inicia esta lista de
qualificações para o ofício de bispo com uma exigência geral, seguida de áreas
específicas nas quais o bispo tem de ser irrepreensível. Na Bíblia, a palavra
"bispo" se refere tanto a presbíteros regentes quanto docentes. Em
outras palavras, as qualificações presentes em 1 Timóteo 3.2-7 se aplicam tanto
aos ministros da Palavra como também aos outros presbíteros que pastoreiam o
rebanho sob seus cuidados. A palavra "precisa" ("é
necessário") significa que estas qualificações são essenciais. Elas não
são simples orientações úteis. Todas estas qualificações são obrigatórias. Elas
consistem em exigências que Deus preparou para o ofício do presbítero na Sua
igreja. Nenhum homem pode ser um presbítero na igreja de Deus a menos que ele
reúna todas estas qualificações. Nós admitimos que Cristo é o rei da igreja.
Isto quer dizer que as regras para a igreja, que Cristo determina na Sua
Palavra, precisam ser seguidas. É missão da igreja manter homens indignos
afastados do ofício de presbíteros docentes e regentes. Caso um homem já
envolvido com o ministério se apresente despreparado para o cargo que ocupa, a
igreja precisa agir com diligência para afastá-lo do ministério. Assim
procedendo, a igreja vai defender a honra de Cristo e garantir que a igreja
esteja edificada na direção de uma paz maior, pureza e unidade.
2.Por "irrepreensível", a Bíblia não quer
dizer que um homem precisa ser "sem pecado" a fim de se tornar um
bispo na igreja de Deus. Alguém irrepreensível é alguém que não possa ser
repreendido. Ninguém deve ser capaz de fazer uma acusação a um bispo e de poder
mantê-la. Ser irrepreensível não significa ser capaz de evitar acusação ou
persuasão. Antes, um homem é irrepreensível ou acima de qualquer reprovação se
suas palavras e sua conduta obedecem aos mandamentos sagrados de Deus na
Bíblia, de modo que ele não possa ser justamente acusado ou condenado por
qualquer pecado.
3.A Bíblia diz que Jó era "sincero, reto e
temente a Deus; e desviava-se do mal" (Jó 1.1). O povo de Deus deve ser
capaz de dizer isto sobre todo presbítero da igreja. A reputação do bispo deve
estar acima de qualquer suspeita. Ninguém deve ser capaz de dominá-lo,
ofendê-lo ou censurá-lo por causa de seus pecados, seja em discursos, conduta
ou doutrina. Todo cristão peca até o dia em que ele deixa este corpo pecador
pela morte. Pecados habituais, que são comuns a todos os homens, não trazem
condenação e culpa a uma pessoa em relação às outras, pois todos são culpados
pelos mesmos pecados. Um bispo necessita de ter e de manter uma boa reputação.
Não pode haver dúvida quanto à integridade ou à correção de seu caráter.
4.João Calvino explica isto da seguinte forma: Um
presbítero "não deve ser estigmatizado por qualquer desonra que vier a
reduzir a sua autoridade. Não se encontrará, decerto, um homem que esteja imune
a todo e qualquer erro, mas uma coisa é ser responsabilizado por faltas
ordinárias, que não mancham a reputação de um homem, pois a maioria dos homens
nobres as compartilham, e outra bem diferente é ter uma reputação marcada pela
infâmia e manchada por alguma desonra ultrajante. Portanto, para que os bispos
não careçam de autoridade, ele [o apóstolo Paulo] exige que aqueles que forem
escolhidos possuam boa e honrada reputação, e estejam isentos de qualquer falha
excepcional. Da mesma forma, ele não está instruindo Timóteo em relação ao tipo
de homens que ele deve escolher, mas está lembrando a todos os que aspiram ao
ministério que eles devem examinar com cuidado as suas próprias vidas"
(Comentário sobre 1 Timóteo 3.2).
·Conclusões:
·Na Igreja de Cristo ninguém tem autonomia para se
autonomear. Presbítero, pois todos, sem exceção, precisam ser vocacionados por
Deus para estes ofícios (Hb 5.4). "As únicas pessoas que têm o direito de
ser ouvidas são aquelas a quem Deus enviou e que falam a palavra de Sua boca.
Portanto, para qualquer homem exercer autoridade, duas coisas são requeridas: o
chamamento [divino] e o desempenho fiel do ofício por parte daquele que foi
chamado.
·O Antigo Testamento emprega a palavra no sentido
literal, de mais velho. (Gn 18.11; 19.4; 43.33; 1Sm 2.22; Sl 71.18; Is 20.4) e,
também, referindo-se aos anciãos do povo e anciãos de Israel que algumas vezes
representavam concílios locais ., os quais tiveram grande relevância na vida de
Israel, participando inclusive da administração pública (veja Ex 3.16; 4.29;
12.21; Dt 16.18; 21.2ss; 22.15; Js 20.4; Rt 4.2; 1Sm 4.3; 8.4; 30.26; Ed 5.9ss;
6.7; 10.14; Jr 29.1; Ez 14.1; 20.1).
·Todo ministro da Palavra e todo presbítero têm de
ser homens de personalidade e integridade maduras diante de Deus e dos homens.
Ou seja, irrepreensíveis.
·Somente um homem de tal maturidade, caráter e
integridade pode ser um bom exemplo para aqueles sob seus cuidados na palavra,
na conduta, no amor, no espírito e na pureza (veja 1 Timóteo 5.12).
·Qualquer homem que carregue uma mancha em seu
caráter, ou que não vivencie uma vida consistente e de entrega a Deus, não
reúne esta qualificação e não está capacitado para ser um presbítero.
·Um homem no ministério de presbítero cujo caráter
e reputação não estão acima da acusação, ou cuja autoridade é questionada por
um padrão reincidente de atitude pecaminosa em sua vida, deve ser afastado do
ministério.
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